LNCC inaugura o supercomputador Santos Dumont em Petrópolis

O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC/MCTI) inaugura, no dia 14 de dezembro, em sua sede, em Petrópolis/RJ, o supercomputador Santos Dumont, considerado o maior em sua categoria na América Latina. Para a cerimônia de inauguração está prevista a presença de representantes do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), do Governo do Estado do Rio de Janeiro, da Prefeitura de Petrópolis e outras autoridades.

O supercomputador está instalado em dois contêineres unificados, sob uma cobertura que representa o chapéu de Santos Dumont. No interior da instalação, inscrita sobre uma parede, pode ser lida a famosa frase de Santos Dumont: “o homem há de voar”. Por ser petaflópico, ou seja, por atingir a velocidade de até 1015 operações de ponto flutuante por segundo, equivalente a operações de somas e subtrações, simbolicamente o supercomputador “voa”.

Através da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) o Santos Dumont estará integrado ao SINAPAD (Sistema Nacional de Processamento de Alto Desempenho) − uma rede de centros de computação de alto desempenho distribuídos pelo Brasil, instituída pelo MCTI e coordenada pelo LNCC.

O sistema foi desenvolvido e produzido na França pela empresa Atos/Bull, como parte do acordo Brasil/França em Computação de Alto Desempenho. Sua aquisição faz parte do Programa Estratégico de Software e Serviços de Tecnologia da Informação (TI MAIOR), do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Os recursos para aquisição, instalação e operação do sistema no primeiro ano foram alocados pelo MCTI através do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (R$60.000.000), através da FINEP.

O supercomputador será útil para diversas áreas e deve impulsionar ainda mais o setor de pesquisa. Alguns segmentos da nossa economia, como os de petróleo e gás, nanotecnologia, aeronáutica, segurança cibernética e serviços de análise de riscos financeiros valem-se há algum tempo da supercomputação, para desenvolvimentos tão diversos como localização e prospecção de jazidas, construção de moléculas para o desenvolvimento de nanotecnologias, incluindo a fabricação de novos fármacos, desenvolvimento de sistemas seguros de encriptação e decodificação, simulação do comportamento aerodinâmico de aeropartes e sistemas de navegação, e tantos outros.

Supercomputação é utilizada em todo o mundo, em escalas de processamento cada vez mais rápidas, pelas indústrias automobilística e aeronáutica, para aumentar a eficiência e a segurança de peças através de simulações que de outra forma seriam inviáveis; pela indústria do petróleo para o descobrimento de novas jazidas; pela indústria farmacêutica para testar mais rapidamente, através de modelos matemáticos, a dinâmica de drogas e moléculas; pelo setor de serviços financeiros para rápido cálculo em tempo real de cenários complexos; pela engenharia para simulações de comportamento e resistência de novos materiais.

No que diz respeito ao Estado, a supercomputação pode beneficiar sensivelmente os serviços de governo eletrônico, saúde e educação; ser utilizada para simular o clima do futuro; para o alerta em tempo real de desastres naturais; para monitoramento e otimização de sistemas viários e de transportes; e, na área de segurança, para serviços de criptografia muito mais rápidos, avançados, seguros e eficientes, para evitar ataques cibernéticos e interceptação de telecomunicações.

Na pesquisa básica, são inúmeras as aplicações no setor de supercomputação científica, incluindo, por exemplo, a simulação de modelos cosmológicos de expansão do universo e modelagem de futuros cenários climáticos produzidos pelo aquecimento global.

Mais informações sobre o novo sistema Santos Dumont podem ser vistas em sdumont.lncc.br, onde se encontram também instruções para a submissão de propostas de uso em pesquisa do supercomputador.

Ressalte-se que o uso do sistema deve contemplar projetos de pesquisa e desenvolvimento que necessitem de computação de alto desempenho. Os projetos serão analisados por um comitê constituído tanto por técnicos e pesquisadores do LNCC e por membros externos, atendendo a critérios de mérito técnico/científico bem como a adequação ao sistema computacional ofertado.